Continuo firme no marketing. Sigo aprendendo, investindo em cursos, lendo livros, trocando experiências com quem também quer crescer.

Mas…

Toda trajetória tem um ponto de virada. Às vezes, ele não é bonito, nem planejado. No meu caso, começou em 2017, com uma reprovação inesperada e terminou (ou melhor, recomeçou) com uma conquista que ainda estou escrevendo todos os dias.

Quero compartilhar minha história não para falar de mim, mas para quem, assim como eu lá atrás, está cheio de vontade de mudar a própria vida, mas acha que falta condição, dinheiro, oportunidade ou tempo.

Pode faltar tudo isso. Mas se não faltar coragem para continuar, você chega lá.

O sonho da universidade pública

Em 2017, terminei o ensino médio com um objetivo claro: entrar na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) para cursar Letras Vernáculas. Desde sempre fui apaixonado por Língua Portuguesa, literatura, escrita. A meta era clara: passar no vestibular.

Na época, o ingresso ainda era feito por vestibular próprio da universidade. Era, inclusive, o último. Depois disso, só com a nota do ENEM.

Estudei, me dediquei, mas não passei. E não foi por falta de nota em redação, português ou literatura. Fui reprovado por Física. Justo Física, que não tinha nada a ver com Letras, mas era necessária para fechar a média exigida.

Lembro até hoje da sensação: frustração, medo de ter perdido tempo, um futuro incerto. Mas também lembro da decisão: não vou parar por aqui.

O primeiro passo: o Mais Educação

No primeiro semestre de 2018, enquanto estudava para tentar de novo, consegui uma oportunidade: fui selecionado para atuar em um projeto do Governo do Estado chamado Mais Educação.

O projeto era voltado para reforço escolar. Não precisava estar formado. Recebia cerca de 400 reais por mês. Para muita gente, pode parecer pouco. Para mim, era a chave que eu precisava para seguir em frente.

Foi ali que eu pensei pela primeira vez: nem que eu fique sem um centavo para mim, eu vou entrar na faculdade. E entrei.

No segundo semestre de 2018 comecei o curso de Letras com Língua Portuguesa na Uniasselvi. Era um curso pago, mas eu não hesitei. Sabia que o diploma seria meu passaporte para abrir outras portas.

Fazendo acontecer, um projeto de cada vez

Durante a graduação, não tive moleza. Peguei outros projetos parecidos com o Mais Educação. Dava aulas de reforço em casas de atendimento socioeducativo. Cada horinha a mais era uma forma de juntar dinheiro para pagar a mensalidade.

Não era fácil. Mas era necessário.

Eu vi colegas desistindo no caminho. Vi amigos parando de estudar por falta de dinheiro. Vi muita gente dizendo que não valia a pena tanto esforço para um curso de Letras.

Para mim, valia. Porque não era só o diploma (o diploma mesmo nunca precisei). Era o que aquele diploma representava: independência, autonomia, um degrau a mais na jornada.

A pandemia e o baque

Então veio 2020. A pandemia bateu na porta, e com ela, uma nova avalanche de desafios. As aulas presenciais pararam, os projetos foram suspensos, o que já era pouco ficou ainda menor.

Era hora de fazer o que sempre fiz: não parar.

Eu tinha um desejo muito claro dentro de mim: sair da casa dos meus pais, ser independente financeiramente, andar com minhas próprias pernas. Para isso, não dava para ficar esperando a pandemia passar.

Consegui uma vaga em um escritório de contabilidade. A função não era exatamente glamourosa: eu cuidava de serviços administrativos relacionados a emissão de certificado digital. O trabalho era em turnos, alguns dias da semana.

Mas era uma renda a mais, e isso já bastava.

Virando vários ao mesmo tempo

Nessa fase eu aprendi o real significado de multitarefa. Trabalhava no escritório quando tinha demanda, mas ainda precisava complementar a renda.

Comecei a produzir placas de gesso 3D para vender. Eu mesmo fazia, oferecia para amigos, vizinhos, conhecidos, vendia na Olx e no Marketplace do Facebook. Paralelamente, fiz brigadeiros para vender no mercado da minha tia. Se alguém quisesse comprar alguma coisa de mim, eu vendia.

A vida era uma correria. E eu até gostava disso.

Do escritório de contabilidade ao marketing

O esforço foi chamando atenção. Dentro do escritório de contabilidade Ellun, fui ganhando espaço. Do serviço administrativo, fui convidado a integrar o time comercial.

Ali comecei a ter contato com vendas, relacionamento com clientes, atendimento. Foi nesse ambiente que a minha afinidade com comunicação ganhou força. Mais tarde, uma nova porta se abriu: entrei para a equipe de marketing.

E foi aí que tudo mudou de verdade.

A Copy e o Marketing Digital

No marketing encontrei uma paixão que não sabia que existia: a Copywriting. A arte de escrever para persuadir, comunicar, vender. Vi que muito do que eu aprendi na faculdade de Letras se conectava de forma incrível com o marketing digital.

Palavra por palavra, fui me aprofundando. Fiz cursos, assisti aulas, li livros. Tudo que aparecia, eu testava. O conhecimento que antes vinha só de sala de aula, agora vinha do mercado. E isso começou a me transformar profissionalmente.

As conquistas que vieram com o tempo

Enquanto estudava, trabalhava e aprendia, também avancei na vida pessoal. Conquistei algo que sempre foi um grande sonho: comprei minha casa própria. Me formei em Letras. Finalizei meu curso com orgulho de quem não desistiu.

Criei meu próprio blog sobre marketing digital, que hoje está aprovado no AdSense, gerando uma renda extra e me permitindo colocar em prática tudo que aprendi sobre produção de conteúdo e Copy.

E na próxima semana vou dar mais um passo: estarei presente no evento O Novo Mercado Ao Vivo, onde vou continuar aprendendo, conectando e expandindo minhas possibilidades.

Nada substitui a força de quem não para

Se eu tivesse parado lá em 2017, por causa de uma nota ruim em Física, nada disso teria acontecido. Se eu tivesse aceitado que o Mais Educação era pouco, talvez eu não tivesse conseguido pagar a faculdade. Se eu tivesse ficado esperando a pandemia passar, talvez ainda estivesse na mesma.

A verdade é que não importa por onde você começa. Importa não parar.

Hoje olho para trás com orgulho de cada projeto que aceitei, de cada aula que dei, de cada brigadeiro vendido, de cada placa de gesso moldada na marra. Tudo isso me trouxe até aqui.

E ainda é só o começo.

Para quem acha que não dá

Se você chegou até aqui, quero te dizer: eu não sou diferente de ninguém. Não sou gênia, não tinha dinheiro sobrando, não tinha contatos poderosos. Eu só tive determinação para não aceitar parar.

A vida vai exigir de você coragem para recomeçar, humildade para aprender de novo, paciência para esperar o resultado e força para segurar firme quando tudo parecer que não vai dar certo.

Mas quando você chega lá — e você vai chegar — vai ver que tudo valeu a pena.

O que vem depois

Hoje, continuo firme no marketing. Sigo aprendendo, investindo em cursos, lendo livros, trocando experiências com quem também quer crescer.

Quero continuar usando minha história para inspirar outras pessoas a acreditarem nelas mesmas. O caminho não é fácil, mas é possível.

Não deixe uma prova de Física encerrar o seu projeto de vida. Não deixe um obstáculo pequeno matar um sonho grande. E, principalmente, não pare.

Quem planta hoje, colhe amanhã.


Obrigado por ler até aqui. E se minha trajetória fizer sentido para você, compartilhe esse texto. Vai que alguém que está pensando em desistir encontre nele a força que precisa para continuar.

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